EF Stories: Yara do Brasil na EF Roma

Aos 74 anos, Yara esbanja entusiasmo para encarar as atividades cotidianas e novas experiências pelo mundo. Cada vivência se torna uma oportunidade de expandir o conhecimento. "Tenho sede de aprender, de saber, de conhecer",  diz a advogada aposentada.  A atividade favorita é fazer as malas rumo aos mais variados destinos.

Yara faz parte de uma população que cresce cada vez mais. Segundo o IBGE,  as pessoas com 60 anos ou mais representavam 15,6% da população em 2023, de acordo com os dados mais recentes.  E a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta para um salto a 37,8%, chegando a quase 38 milhões da população do Brasil em 2070.

Além de longevidade, a aposentada busca qualidade de vida.  A receita inclui roteiros pelo mundo.  E de preferência, ir sozinha é a melhor opção. O que pode parecer improvável para alguns, torna-se uma excelente oportunidade de crescimento pessoal, independência, autonomia e liberdade.

Viajar sem a companhia da família ou de amigos do país de origem não significou ficar sozinha na mais recente visita de Yara a Roma, na Itália.  Durante os dois meses longe de casa, na zona sul do Rio de Janeiro,  ela construiu amizades que resistem ao tempo e a distância. Hoje, ela se comunica, quase todos os dias, com quatro amigas que conheceu durante a temporada em terras italianas. E há planos de um reencontro em um futuro próximo, com uma delas que mora na Argentina.

Yara conheceu as duas argentinas, a francesa e a espanhola em um intercâmbio da EF, além das outras pessoas da turma de italiano,  no campus da escola de idiomas. Outra convivência marcante foi na casa de família, onde Yara se hospedou por suas semanas. Ela fala da importância de uma mente aberta para lidar com a pluralidade de costumes e aceitar diferentes pontos de vista, sem julgamentos prévios. "Temos de aceitar que as pessoas são diferentes" diz Yara com a certeza de que uma convivência plural traz ensinamentos e expande as perspectivas.

As lições aprendidas na convivência com as pessoas se somam a outras memórias inesquecíveis: os aprendizados na sala de aula,  a musicalidade do idioma, os passeios, o conhecimento da história dos lugares e os sabores irresistíveis da Itália.

A preferência pela língua italiana não limita Yara. Apesar de não ter simpatia pelo inglês, por exemplo, ela conta que foi ao Reino Unido e "não passou aperto". E completou: "Idioma não é barreira", contou Yara.

Seja na Europa ou no Brasil, a vida da moradora do Rio de Janeiro sempre foi agitada.  Mãe de dois filhos e avó de dois netos, ela estruturou a carreira profissional como advogada e professora de Direito. Ela se aposentou, mora sozinha, mas não parou de vez de advogar. Yara ainda atende clientes que se dispõem a resolver os casos com acordos entre as partes envolvidas. "Não posso ficar vinculada a processos litigiosos. Quero tempo para viajar", explicou a aposentada.

No Rio de Janeiro, onde mora, o dia começa cedo, antes das 5 da manhã. De segunda a sexta-feira, ela rema na Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos cartões postais da cidade. O hábito de remar começou em 2012, depois da necessidade de fortalecer a musculatura para evitar uma cirurgia médica. O exercício fez bem para o corpo e para mente, e ela nunca mais parou.

A disciplina da Yara, no remo, só é interrompida quando ela encara novos percursos e aventuras pela terra, pelo ar e pelo mar. Prestes a ser avó pela terceira vez, ela deve conhecer o neto apenas na volta da próxima viagem. Ainda falta decidir se ela vai voltar à Itália, emendando um cruzeiro para a Grécia ou se vai para a Tailândia. "Vou aonde o vento me levar", declarou Yara.