Por que o nível de inglês do Brasil não melhora?
Os resultados deste ano do Índice de Proficiência em Inglês da EF (EF EPI) indicam: o Brasil está ficando para trás em nível de inglês. O estudo é um relatório anual produzido para classificar o nível de países que não têm o inglês como idioma nativo. Em 2019, a pontuação do Brasil caiu, mantendo o país no grupo de baixa proficiência, enquanto muitos países da América Latina melhoraram sua pontuação.
O inglês é a linguagem da ciência, dos negócios e da diplomacia. Logo, a proficiência no idioma é um forte indicador da competitividade econômica e das perspectivas futuras de um país. No caso brasileiro, a desigualdade social e a falta de acesso à educação dificultam o alcance de posições mais altas no EF EPI, assim como também afetam a relevância global do país.
Então, o que isso significa?
Aqui no Brasil, há um longo caminho a ser percorrido para melhorar nossas habilidades em inglês. Hoje, estamos na 59ª posição entre os 100 países do relatório do EF EPI. Nossa classificação nos coloca no nível de baixa proficiência ao lado de Colômbia, México e Peru, e muito abaixo da Argentina e da Costa Rica, que são o primeiro e segundo lugar, respectivamente, no continente.
Com esse nível, podemos, em média, realizar as seguintes tarefas em inglês: visitar um país de língua inglesa como turista, conversar com colegas e entender e-mails simples. Dito isso, nossa proficiência em inglês ainda é muito baixa para interações mais complexas em ambientes de trabalho e pode estar nos impedindo de expandir nossos negócios e colaborar em projetos internacionais.
Qual é o impacto da proficiência em inglês?
À medida que o mundo se torna cada vez mais interconectado através do comércio, viagens e cultura, também há a necessidade de países e indivíduos falarem uma língua compartilhada – o inglês. Os resultados mostram que uma melhor proficiência no idioma contribui para a expansão de negócios, assim como aumenta o poder aquisitivo e a perspectiva de salário de profissionais. Além disso, a proficiência em inglês ajuda a disseminar ideias, tecnologia e inovação, em uma única linguagem pela qual podemos nos comunicar e colaborar. Por último, há uma correlação positiva entre a qualidade de vida – expectativa de vida, educação e renda per capita – e as habilidades de inglês do país.
O que os países de “proficiência muito alta” estão fazendo de diferente?
Os países de proficiência muito alta na Europa compartilham algumas características-chave. Primeiro, eles ensinam inglês como uma língua estrangeira obrigatória para todos os alunos, começando na escola primária. Segundo, as aulas de inglês em todos os níveis usam uma abordagem comunicativa em vez de enfatizar a gramática, e muitos cursos universitários e programas de graduação usam o inglês nas salas de aula. Terceiro, os cidadãos desses países viajam muito e se beneficiam da exposição diária ao inglês no local de trabalho e na televisão, em que a programação em inglês raramente é dublada.
Como podemos melhorar nossas habilidades em inglês?
Aqui no Brasil, precisamos testar a proficiência em inglês dos professores e treinar novamente aqueles que não atingem os níveis esperados. Além disso, as instituições devem contratar professores de inglês mais qualificados, melhorar seu treinamento e padronizar o currículo de inglês. A exposição ao inglês é ainda muito restrita no Brasil, e um maior esforço para ampliar essa exposição tornaria os adultos mais confiantes com suas habilidades no idioma.
Embora haja muitos tipos de iniciativas que o Brasil poderia adotar para melhorar as habilidades de inglês da população, também cabe a nós, individualmente, buscar o aprendizado do idioma. Se você quer aprender inglês rapidamente, a melhor maneira de fazer isso é estudar no exterior e mergulhar na cultura de um país de língua inglesa. Ao falar inglês, você não apenas abrirá um mundo de possibilidades pessoais e profissionais, como também ajudará o Brasil a se tornar um país mais competitivo e inovador.