A cultura de Malta é reflexo de várias tradições, com influências que vão desde os povos fenícios até os britânicos.
Considerando que o arquipélago só conquistou sua independência em setembro de 1964, várias nações já dominaram a região e deixaram sua marca na cultura local.
Um fato interessante é que o povo maltês foi classificado como o mais generoso do mundo, segundo um estudo da Charities Aid Foundation de 2010, pois 80% dos habitantes locais praticam a filantropia.
Vamos conhecer alguns elementos culturais desse povo solidário e apegado à sua história:
Apesar do domínio da música ocidental na região, Malta preserva sua música tradicional conhecida como għana, um gênero folclórico exclusivo.
Na execução das músicas, são utilizados violões clássicos ou acordeões, com foco na improvisação de vozes em um ritmo ora lento, ora intenso.
Malta é repleta de construções de períodos remotos da história, feitas a partir de grandes blocos de rochas calcárias.
Os palácios estão entre as atrações mais impressionantes, como o Palácio dos Grão-Mestres e o Palazzo Vilhena.
Além disso, há inúmeras catedrais majestosas no país, como a Catedral de São João de 1577, que mostram a tradição católica da ilha.
De modo geral, a arquitetura mistura elementos neoclássicos com a arte barroca, o que já fez de Malta o cenário ideal para filmes que retratam a Grécia Antiga, Roma Antiga e Iraque.
Além disso, o arquipélago é famoso pelos episódios de Game of Thrones gravados em suas paisagens.
Curiosamente, o Carnaval é uma das festas mais populares de Malta, com direito a bailes de máscaras, roupas de gala e concursos de fantasia.
O evento ocorre na semana da Quarta-Feira de cinzas e também conta com os tradicionais desfiles nas ruas, festas até altas horas da madrugada e marchinhas populares.
No calendário cultural, uma das datas mais importantes para os malteses é o Mnarja, um festival nacional dedicado a São Pedro e São Paulo comemorado no dia 29 de junho.
Na cultura contemporânea, se destaca o festival Isle of MTV produzido pela MTV Europe, que ocorre anualmente em Malta desde 2007 e já teve shows de artistas como Nelly Furtado e Flo Rida.
O esporte mais popular de Malta é o futebol, que possui uma liga de 14 times chamada Maltese Premier League.
A segunda modalidade preferida dos malteses é o polo aquático, com excelentes resultados conquistados pelos atletas locais nas competições europeias.
Naturalmente, Malta também é um local excelente para os surfe e mergulho, além de possuir cenários rochosos favoráveis à prática da escalada.
Os costumes locais dos malteses revelam um povo religioso e tradicional, que valoriza a tranquilidade e privacidade.
Nas cidades, não é adequado fazer barulho entre as 13 e 16 horas, pois muitas famílias mantêm o hábito da sesta após o almoço.
Na verdade, o silêncio é uma prioridade em qualquer horário para os malteses, com exceção das regiões que concentram as baladas e bares.
Algumas superstições antigas são preservadas até hoje, como a crença de que mulheres não devem chegar perto de cemitérios durante a gravidez.
Um costume curioso das famílias maltesas é utilizar uma espécie de jogo para definir a vocação de seus filhos, pedindo que escolham entre alguns objetos simbólicos na tradição chamada il-quċċija.
Se a criança escolhe um lápis, por exemplo, significa que seguirá carreira na escrita, mas também há opções como dinheiro (futuros empresários), bíblias (futuros padres) ou calculadoras (futuros contadores).
A cozinha típica maltesa inclui elementos da culinária siciliana e inglesa, além de influências espanholas e provençais.
Muitos pratos tradicionais estão associados à temporada de certos alimentos e também às festividades cristãs como Páscoa e Natal.
Conheça algumas comidas típicas que dão água na boca:
Fenek
O fenek é considerado o prato oficial de Malta, que consiste em um coelho recheado que pode ser frito ou assado, ou mesmo saboreado em guisados e sopas.
Algumas variações do prato incluem temperos como o alho e molhos à base de vinho tinto, além de legumes para acompanhar.
Os malteses contam que o prato foi criado como forma de resistência contra a proibição da caça dos coelhos no século 18, e desde então se tornou um símbolo do país.
Pastizzi
O pastizzi é um aperitivo encontrado em qualquer lugar de Malta, que se assemelha a um folhado comum, mas possui recheios diferenciados.
Ao invés de se limitarem às carnes, os malteses recheiam a massa com ervilhas e queijos locais.
Geralmente, a iguaria é saboreada no café da manhã ou no lanche da tarde, e ocupa um lugar parecido com o do nosso pão de queijo.
Gbejniet
Um dos queijos mais tradicionais de Malta, o Gbejniet é feito com leite de cabras e ovelhas e servido em fatias redondas.
Há versões mais picantes e mais leves do laticínio, que está presente em vários pratos da culinária local.
Timpana
A timpana é um prato bastante curioso, pois, do nosso ponto de vista, se parece com uma torta de macarrão.
Basicamente, os malteses recheiam uma massa de torta com macarrão penne e algum tipo de carne, formando um dos pratos mais robustos servidos nos restaurantes locais.
Tal-Lampuki
A tal-lampuki é uma torta clássica feita com o peixe Lampuki, conhecido no Brasil como Dourado-do-Mar.
Abundantes no Mediterrâneo, esses peixes passam pela ilha entre agosto e dezembro, quando figuram entre os pratos principais dos restaurantes malteses.
Para acompanhar a torta, são servidos pedaços de pão típico (hobz) e molho de ervas.